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sábado, 19 de fevereiro de 2011

O Desafio da Agricultura Familiar

          

O Desafio da Agricultura Familiar


A chamada agricultura familiar constituída por pequenos e médios produtores representa a imensa maioria de produtores rurais no Brasil. São cerca de 4,5 milhões de estabelecimentos, dos quais 50% no Nordeste. O segmento detêm 20% das terras e responde por 30% da produção global. Em alguns produtos básicos da dieta do brasileiro como o feijão, arroz, milho, hortaliças, mandioca e pequenos animais chega a ser responsável por 60% da produção. Em geral, são agricultores com baixo nível de escolaridade e diversificam os produtos cultivados para diluir custos, aumentar a renda e aproveitar as oportunidades de oferta ambiental e disponibilidade de mão-de-obra.

Este segmento tem um papel crucial na economia das pequenas cidades - 4.928 municípios têm menos de 50 mil habitantes e destes, mais de quatro mil têm menos de 20 mil habitantes. Estes produtores e seus familiares são responsáveis por inúmeros empregos no comércio e nos serviços prestados nas pequenas cidades. A melhoria de renda deste segmento por meio de sua maior inserção no mercado tem impacto importante no interior do país e por consequuência nas grandes metrópoles.

Esta inserção no mercado ou no processo de desenvolvimento depende de tecnologia e condições político-institucionais, representadas por acesso a crédito, informações organizadas, canais de comercialização, transporte, energia, etc. Este último conjunto de fatores normalmente tem sido a principal limitante do desenvolvimento. Embora haja um esforço importante do Governo Federal com programas como o Pronaf, programas estaduais de assistência têcnica e associativismo há um imenso desafio a vencer.

A tecnologia disponível quando bem usada tem se mostrado adequada e viável. Isto acontece porque há um grande esforço da pesquisa voltado para o setor. A tecnologia é neutra e não discrimina classes de produtores quanto à área do estabelecimento. A maioria das tecnologias desenvolvidas visa aumentar a produtividade da terra e algumas, como máquinas e equipamentos adaptados aos pequenos produtores, têm como objetivo eliminar a ociosidade da terra ou aumentar a produtividade do trabalho. O desafio maior da agricultura familiar é adaptar e organizar seu sistema de produção a partir das tecnologias disponíveis.

Analisando as variáveis tecnológicas e político-institucionais há dois fatores fundamentais para o desenvolvimento da agricultura familiar: a) a massificação de informação organizada e adequada usando os modernos meios de comunicação de massa (TV, Rádio e internet) e, b) a melhoria da capacidade organizacional dos produtores com o objetivo de ganhar escala, buscar nichos de mercado, agregar valor à produção e encontrar novas alternativas para o uso da terra como, por exemplo, o turismo rural.

O desafio é maior se for considerada a diversidade de situações. Quando se analisa o cenário em que se insere a agricultura familiar observa-se que os problemas são diferentes para cada região, estado ou município. No Norte há dificuldades de comercialização pela distancia dos mercados consumidores e esgotamento da terra nas áreas de produção. No Nordeste são minif�ndios inviáveis economicamente. No Sudeste é a exigência em qualidade e saudabilidade dos produtos por parte dos consumidores. No Sul é a concorrência externa de produtos do Mercosul.

Olhando o futuro há dois aspectos. Um otimista e um, que não sendo pessimista, à desafiante. � otimista verificar que há vários modelos de sucesso no esforço de desenvolvimento, quando os obstáculos são eliminados. Mais que isto, é verificar que as experiências de sucesso tem pressupostos comuns: organizaçõo de produtores, qualificação de mão-de-obra, crédito, produtos com valor agregado e emprego de tecnologias adequadas desenvolvidas pela pesquisa agropecuária.

Os exemplos são inúmeros. No Norte destacam-se a exploração econômica do palmito de pupunha e de frutas tópicas da região, a utilização de plantas nativas como a pimenta longa para produzir safrol ou a produção de sementes de dendê, livre de doenças, para exportação. No Nordeste, o controle da produção, processamento e comercialização por parte dos pequenos produtores, com a utilização de uma mini-usina de descaroçar e enfardar algodão, aumentou substancialmente a renda das famílias de um município da Paraíba. Pequenas fábricas de processamento da castanha de caju, paralelamente ao treinamento de mão-de-obra, permitiram que os pequenos agricultores comercializassem sua produção no mercado externo. São 120 unidades em cinco estados com capacidade anual de processar 20 mil toneladas de castanha. No setor de agricultura irrigada, o pequeno agricultor tem tido participação ativa na fruticultura que apresenta boa rentabilidade além de sinalizar um processo de desconcentração de renda na economia regional.

No Sudeste e Sul é cada vez mais perceptível a transformação de pequenas comunidades rurais em unidades de processamento de frutas, legumes, lacticínios e agricultura orgânica. Hoje, nas prateleiras dos supermercados podemos encontrar uma diversidade de produtos oriundos dessas comunidades, com marca própria e registro nos órgãos oficiais de defesa sanitária. São várias associações que estão procurando padronizar o sabor de nossa cachaça para atender ao mercado externo que tem se mostrado ávido por esta bebida. No turismo rural, outra alternativa de renda para os pequenos produtores. São trilhas, pousadas, pequenos hotéis que oferecem aos turistas urbanos comidas típicas, a experiência de vida na zona rural, passeios ecológicos, etc.

Em todos esses casos a pesquisa agropecuária esteve presente. Fornecendo novas variedades e cultivares mais produtivos e resistentes às doenças, disponibilizando novos processos de transformação do produto agrícola, contribuindo para qualificação da mão-de-obra para o uso das novas tecnologias e discutindo com os produtores quais as tecnologias, processos e serviços que a pesquisa agropecuária precisa desenvolver para a agricultura familiar.

O aspecto desafiante é fazer tudo isto em uma velocidade compatível com o processo de transformação que ocorre no Brasil e no mundo caracterizado por um mercado globalizado, aberto e competitivo. De nada adianta uma excelente solu��o quando o problema já não existe. A agricultura familiar tem pressa. Atender á demanda dessa importante parcela da população brasileira é um desafio gratificante e fundamental para uma sociedade mais justa e harmoniosa. Por isso ela é uma das nossas preocupações e está expressa como uma das principais diretrizes do Plano Diretor da Embrapa.
                                                                     Alberto Duque Portugal é diretor-presidente da Embrapa

Fonte:http://www.embrapa.br/imprensa/artigos/2002/artigo.2004-12-07.2590963189/


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

COMO MONTAR UMA FLORICULTURA


COMO MONTAR UMA FLORICULTURA

Vender flores é uma atividade que nos remete a idéias de fineza de espírito e delicadeza, por isso é considerada por muitos uma atividade artística, até mesmo "mística", exigindo dedicação e bom gosto para atrair clientes.

O setor é muito atribulado por ter a sua lucratividade apenas em algumas épocas do ano, já que as flores estão ligadas à datas comemorativas e religiosas, tais como : dia das mães, dia dos namorados, Finados...

A maioria das floriculturas fecham antes de completarem 1 ano, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Flores e Plantas Ornamentais de SP, porém é um comércio que movimenta mais de R$ 1, bilhão por ano no Brasil.
 

A comercialização cresce cerca de 20% ao ano.


Nossa média nacional é de R$ 7,00 em flores por ano, mas com possibilidades imensas de crescimento.

Um dos grandes problemas enfrentados é como lidar com estoques.

Existem flores que desabrocham e murcham em 24 horas, com perdas de até 30 %. Outras plantas tem durações maiores, mas levam muito tempo entre a colheita e a venda para o floricultor.

Uma dúvida freqüente entre os floricultores é o quanto cobrar? Os maiores especialistas indicam que deve-se multiplicar por 3 o valor gasto num arranjo. Por exemplo, um arranjo que consome em material e flores em torno de R$ 10,00 deve ter um preço final para o consumidor de R$ 30,00. Com isto atenderá uma rentabilidade ideal de 10%, cobrindo todos os custos da floricultura.


MONTAGEM DO NEGÓCIO


Uma das primeiras etapas a serem observadas é a aquisição do ponto. Deve-se estudar o público que frequenta o local . Este estudo deve ser quantitativo (público alvo) e também deve-se saber se o local escolhido para se montar a floricultura é visível. É necessário haver visibilidade para se estabelecer neste ramo.

Algumas pessoas compram por impulso. Datas como aniversários e festas são as que secundariamente movimentam o comércio.

O mais importante é trabalhar as datas comemorativas que representam 90 % das vendas.

Uma floricultura tem uma ampla gama de opções: bodas, aniversários, festas de 15 anos, casamentos, coroa de flores, decoração de mesas.

Outra dica para uma boa sobrevivência é haver uma diversificação, como venda de cartões, quadros, bichos de pelúcia, vasos e até livros sobre plantas.

Alguns floricultores também aproveitam para montar estufas e trabalhar com plantas verdes que duram mais.

A durabilidade das plantas é um enorme desafio. O floricultor que tem um capital disponível para investimento, deve adquirir uma câmara fria, aumentando a durabilidade das flores em até 1 semana, ou adquirir diariamente as plantas e fazer estoques mínimos. Hoje já existem conservantes para flores de corte que aumentam de 50% - 100% a longevidade das mesmas.

Outro recurso interessante é trabalhar com criatividade e habilidade. O produto que encalhar pode ser reaproveitado: pétalas secas servem de enchimento de arranjos, folhagem verde entra em novos buquês.

O floricultor deve ficar atento às novelas, pois estas ditam moda no segmento. Deve-se reforçar o estoque daquela planta que está em evidência nas mesmas.

A comodidade do cliente é um fator importante. Efetuar vendas por telefone, fazer entregas a qualquer hora é um dos serviços que devem ser oferecidos, pois a floricultura serve para qualquer emergência.

Para isso, deve-se ter um capital inicial mínimo para aquisição de carro para entrega, 2 ou 3 linhas de telefones e uma organização quanto a entregas, já que as vendas são imprevisíveis.

O floricultor tem de se especializar, aprender a fazer arranjos, etc...  lembrar que o que vende é o visual.

Procurar novidades para arranjos de flores como: flores em sal grosso, lentilhas, carambolas, etc...

Deve também garimpar novidades em livros especializados, se atualizar sempre que possível.

A aquisição de materiais, tem apresentado uma facilidade cada vez maior, pois existem hoje no mercado grandes centros atacadistas como a Holambra, por exemplo.

Outras opções são as centrais de abastecimentos, produtores e cooperativas produtoras de flores, redes de distribuição em cidades mais distantes.

 
REQUISITOS BÁSICOS PARA UMA MONTAGEM


Planejamento

Estude a localização, a loja, o layout e o perfil do público.

Abertura da Empresa

Os trâmites são os mesmos para outro comércio.

Estrutura

Para se entrar no comércio, deve-se ter uma estrutura mínima de automóvel, telefones, projeto arquitetônico, telemarketing, pois as outras floriculturas já têm uma estrutura montada e você irá competir por um espaço no mercado.

Reciclagem do Encalhe

Reaproveite o que não puder ser vendido.

Datas comemorativas

Inove incentivando os clientes a consumir fora das datas comemorativas, criando hábito de consumir flores e arranjos.
 


São oferecidos, principalmente em Holambra, cursos na "Escola Floral Alfredo Tillí" de arranjos florais.

Telefax (19) 3571-3537/ 3554-1205

www.escoladeartefloral.com.br

Outras opções são cursos oferecidos pelo IBRAP, Instituto Brasileiro de Paisagismo e Escola Paulista de Paisagismo.

Alguns eventos importantes no setor são:

ENFLOR e EXPOFLORA (ambos realizados na cidade de Holambra - SP)


Para quem gosta de ficar por dentro do assunto, existe uma publicação mensal da Revista Natureza, encontrada em bancas de jornal por todo país que destaca assuntos ligados ao setor de floricultura.

Eduardo Gonçalves Pires
Fonte:
http://www.agronomianet.com.br/como_montar_uma_floricultura.htm